29 de abril de 2010

Crianças em perigo

Hadassa Ester//

Apesar de todas as medidas tomadas com o objetivo de diminuir os casos de violência, aparece a dificuldade em se desvendar crimes que quase sempre ocorrem ocultamente, em silêncio. A crueldade do delito choca e mobiliza as pessoas, pelo fato das vítimas serem incapazes de se defender.
A pedofilia é praticada por aqueles que apresentam um desvio sexual caracterizado pela atração por crianças. Sendo assim, muitas crianças são constantemente vítimas de abuso. No entanto este crime quase nunca é descoberto, já que os pedófilos se apóiam na inocência de suas vítimas, conquistam sua confiança e as mantêm caladas, em troca de agrados e presentes.
De acordo com o conselheiro tutelar, Roberto Cabral, a dificuldade maior é descobrir e comprovar certos casos, porque geralmente não há provas. “Teve um caso de um pai que molestou uma criança e o fato foi comprovado somente após uma semana. Quando se passa muito tempo, não há como comprovar quem foi o agressor”, explica.
Recentemente em Rio Verde, um caso de pedofilia ganhou destaque na mídia. O agressor se tratava de um psicólogo e professor. Ele foi denunciado por vizinhos e pego em flagrante.
Segundo o juiz da 4ª Vara Criminal, Alexandre Bizzoto, o réu está em liberdade, concedida pelo Tribunal de Justiça de Goiás, até que se termine o processo de ouvir todos os depoimentos de advogados e promotores. Terminado este prazo, haverá julgamento.
A mãe e as crianças envolvidas no caso faziam acompanhamento psicológico no Centro de Referencia Especializado da Assistência Social (CREAS) de Rio Verde, mas segundo a gestora da instituição, Maria de Lourdes Cunha, a família acabou se mudando para outra cidade.
O CREAS atende menores vítimas de abuso e violência como pedofilia e negligência. De acordo com a pedagoga da instituição, Aline Barreto, a unidade recebe todo tipo de criança, desde as que se encontram revoltadas até as que não dizem uma só palavra. Só este ano, foram atendidas cerca de 16 crianças e adolescentes com idades entre 3 e 16 anos, sendo que destes, 95% são meninas e 5% meninos.
O tempo do tratamento é determinado de acordo com o estado e necessidade dos pacientes. Se o menor não tem condições de continuar com a família, ele é encaminhado à Casa de Abrigo Temporário (CAT) que recolhe menores até 12 anos.
A delegada Jaqueline de Queiroz, da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM) diz que a cada 600 casos analisados, cerca de 60 a 80 são de violência contra crianças. “A faixa etária vai de bebês com meses de vida até crianças de sete anos e cerca de 80% dos abusos são cometidos por pais e padrastos.
Para a promotora da Infância e Juventude, Karina D’Abruzzo, infelizmente é cada vez mais freqüente os casos envolvendo pessoas adultas que praticam sexo com adolescentes e crianças, o que causa diversas e muitas vezes marcantes consequências na vida davítima e por se tratar de um crime executado na maioria das vezes, de forma sutil, se faz necessária redobrada atenção, em especial, dos pais e/ou responsáveis e também dos próprios educadores.
“É preciso que se fique atento não só em relação as companhias dos filhos mas também e principalmente aos locais que frequentam e o que ali fazem, a exemplo, de lan houses, pois muitas das vezes a abordagem do agressor se inicia via internet.” acrescenta.

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